O diretor-geral de Conteúdo e Programação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC),
jornalista Eduardo Castro, disse que o ideal para o país é digitalizar
as frequências mais utilizadas no país. A afirmação foi feita durante o
seminário Desafios da Digitalização das Rádios Públicas em Ondas Médias, promovido como parte das comemorações dos 55 anos da Rádio Nacional AM 980 de Brasília, na segunda-feira, na capital federal.
O diretor disse que a medida seria o ideal para as emissoras da EBC.
“Isto seria o ideal para a EBC porque ainda transmitimos em todas as
frequências. Mas eu não falo só em nome do nosso negócio, eu falo em
nome do nosso serviço. As frequências, todas sendo digitalizadas, onde o
ouvinte estiver pode encontrar todas essas frequências e o nosso
serviço vai chegar a mais gente”, disse.
O diretor-presidente da EBC, Nelson Breve, disse que o
ideal seria ter aparelhos que pudessem receber todas as tecnologias,
tanto no sistema analógico como no digital. Segundo ele, a atuação da
empresa pública tem sido muito forte no debate sobre a digitalização do
rádio no país, com a participação de três integrantes no Conselho
Consultivo do Rádio Digital. “Estamos lutando muito para que a sociedade
brasileira tenha uma comunicação pelo rádio mais moderna, mas do
interesse dela, e não do interesse comercial ”, declarou.
Breve pediu do Ministério das Comunicações uma decisão no menor prazo
possível sobre o modelo de rádio digital a ser adotado no país para que a
empresa possa fazer seus investimentos no setor.A coordenadora-geral de
Avaliação de Outorgas do Ministério das Comunicações, Elza Fernandes,
disse que o Conselho Consultivo do Rádio Digital deve aprovar em breve
novos testes com os padrões DRM (europeu) e HD Radio (norte-americano).
Segundo ela, os testes já feitos com o sistema digital mostraram uma
qualidade de áudio muito boa, mas a cobertura ainda apresenta algumas
restrições.
A representante do governo disse que não existe um prazo para a
conclusão dos testes e o início da migração do sistema, e garantiu que a
mudança pretende promover a inclusão de todas as rádios. “A gente quer
que todos os setores da radiodifusão tenham a possibilidade de
aproveitar a digitalização. Não é interesse que tenha uma exclusão.
Queremos promover a inclusão de todo mundo”, disse.
De acordo com o Ministério das Comunicações, Paulo Bernardo,
os resultados dos testes feitos com os dois sistemas em emissoras de
várias classes e potências em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo
Horizonte e Brasília foi inferior ao esperado e novas simulações estão
previstas para este ano. A digitalização do rádio vai possibilitar uma
melhor qualidade de áudio e recursos como a multiprogramação (várias
programações em um mesmo canal) e o envio de informações por meio de
mensagens de textos que poderão ser lidas em um visor no próprio
aparelho. Com a digitalização, o sinal do rádio vai poder ser recebido
diretamente em computadores, telefones celulares, tablets e televisores.
Ao contrário da digitalização da televisão, não existe a previsão de um
desligamento total do sistema de rádio analógico.
Nelson Breve iniciou o seminário pedindo um minuto de silêncio em homenagem à radialista Lana Micol Cirino Fonseca, coordenadora da Rádio Nacional do Alto Solimões, da EBC, que morreu no dia 26, assassinada em Tabatinga,
no Amazonas. “A Lana encarnava o espírito da comunicação pública no
país e trabalhava em uma emissora que presta um dos mais relevantes
serviços públicos de comunicação social, que é o contato de uma emissora
da nossa língua em uma região de Tríplice Fronteira”, disse.
FONTE: Agência Brasil
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