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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O RÁDIO VAI ACABAR?



Estou quase com 69 anos de idade e estou no rádio há quase 53 anos! 
Lembro que no ano de 1962, quando entrei para o rádio, com apenas 16 anos de idade e comecei a ter um certo destaque no interior (Juiz de Fora – MG), os mais velhos me falavam: 

“Olha, garoto. Melhor você mudar de profissão porque a TV vai acabar com o rádio...”. 
Pois bem, 53 anos depois e o rádio não acabou e nem irá acabar mas, é certo, o rádio se modificou.
Outro dia, alguém escreveu por aqui que o rádio era absoluto no passado.
Verdade! Mas, vamos analisar?

Em 1971, quando cheguei no Rio de Janeiro, apenas três emissoras tinham grande potência de som em seus transmissores: Globo, Tupi e Nacional.

Das três, disparada a mais potente era a rádio Globo, porque a Tupi trabalhava com uns 40 a 60 por cento a menos já seus transmissores eram já antigos e idem a rádio Nacional.
Então, ainda que bem dirigida artisticamente, nada anormal que a rádio Globo tivesse ( como teve!) o primeiro lugar de audiência durante anos!

As outras emissoras eram poucas, musicais ou pequenas: a Continental, Rio de Janeiro, as extintas Mauá, Mundial, Carioca, Federal entre outras, todas de baixa potência.
Assim sendo, quem trabalhava na rádio Globo, como eu trabalhei, ou mesmo na Tupi tinha audiência. 
A exceção da rádio Nacional que ainda era razoavelmente ouvida e não tinha a pouquíssima audiência de hoje, nas demais, a audiência era bem menor!
Tão somente mérito artístico? Não. 


Além desse mérito que seguramente tinha, a rádio Globo era disparada aquela emissora que tinha o melhor e mais moderno equipamento a tal ponto que se dizia naquela época que as demais rádios possuíam equipamentos antigos e “amarrados com barbante”.
No entanto, amigos, como tínhamos aqui no Rio em torno de dez emissoras, claro que essas empregavam muito menos profissionais do que nos dias de hoje e, seguramente, quem mais empregava era a rádio Globo, seguida de Tupi e Nacional com salários bem abaixo.
Quantas emissoras de rádio temos no Rio nos dias de hoje?

A julgar pela informação do site “Guia do rádio’ perto de 30 emissoras sem contar com as “webrádios”.
Vale dizer que o rádio do Rio de Janeiro, entre grandes e pequenas emissoras, emprega muito mais gente, hoje, do que as emissoras da década de 70/80 empregavam!

Também é verdade que por essa divisão, a publicidade, apesar de concentrada na Tupi e na Globo, dividiu-se pelas outras e provoca salários menores em muito maior quantidade do que os grandes salários.
Então, a conclusão que eu chego é que aquele que for esperar o rádio do passado, no presente, vai mesmo se frustrar.
Acabaram-se os auditórios porque o rádio não conseguiu concorrer com a riqueza de cenários e cores da TV.

Todavia, o rádio tem sobre a TV a vantagem de estimular a imaginação do ouvinte como a TV não tem e não terá condições de fazer.
Ainda de uns anos para cá, surgiu o rádio nos computadores, o que, aliás, deve ser o seu futuro.
Milhares de computadores e smartphones estão sintonizando o rádio (Recentemente a web da rádio apontou que a prece de Cáritas do meu programa, Super Madrugada Tupi, teve mais de um milhão de acessos!
Emissoras como a Tupi e a Globo, adaptando-se aos novos tempos, possuem imagem em HD dos seus estúdios, ainda não aproveitadas como um dia serão!
E não é o rádio virando televisão, não.

É o rádio contando, para quem se dispuser a vê-lo que, rádio se faz ao vivo, ao contrário da TV que faz tudo gravado.
Há espaço para as duas mídias e quantas mais aparecerem! 
Saúdo mesmo as rádios pequenas ou religiosas, porque, ainda que pagando menos, pagam, e multiplicam o número de empregados e de apaixonados pelo rádio!
Não, meus amigos.
Engana-se redondamente aquele que pensa que o rádio está morrendo.
Não. 
Está vivo como nunca e de ouvidos bem abertos, aceitando sugestões e se modificando para que seja cada vez mais atual.


Morrendo estão as emissoras que não conseguiram acompanhar essa evolução.
Hoje, aquele locutor de voz rebuscada que caprichava nos “erres” não mais tem vez! Mas outros virão, como já vieram, e aí estão.
Apesar de veterano, todos os dias da minha vida sou grato a Deus por estar no rádio e por receber de braços abertos esses jovens profissionais que estão aparecendo e que irão dar sangue novo ao rádio, essa paixão nossa do dia-a-dia.
Quer fazer rádio? 

Estude mas lembre-se: o rádio de hoje não pode partir da individualidade presunçosa e pouco inteligente.

Não! O rádio só é vitorioso quando encontra profissionais que se dão coletivamente e aí se transformam numa família de profissionais.
Eu tenho a minha: a família Tupi!
Tomara que você encontre a sua e multiplique essa paixão!


NOTA DO GLOG: TEXTO EXTRAÍDO DO FACEBOOK OFICIAL DO LOCUTOR FERNANDO SERGIO DA TUPI DO RIO DE JANEIRO

FERNANDO SERGIO ESTÁ COM O PROGRAMA SUPER MADRUGADA TUPI.

DAS 00 HORAS 3 DA MANHÃ