Em nota de repúdio, Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais critica regras de cobertura publicadas pela Federação Mineira de Futebol, que limitam acesso de profissionais que não trabalham para a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão,
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) publicou nesta quarta-feira uma nota de repúdio à Federação Mineira de Futebol (FMF), em protesto contra as normas anunciadas para a cobertura do campeonato mineiro deste ano. "O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais considera as normas anunciadas (...) um abuso de poder e o cerceamento do direito ao trabalho dos profissionais de imprensa que não pertencem à emissora detentora dos direitos de transmissão dos campeonatos Mineiro e Brasileiro, a Rede Globo", começa a nota.
Segundo o sindicato, "a organização limita o trabalho dos demais jornalistas à Tribuna de Imprensa, impede o acesso livre ao gramado, proíbe o contato com os jogadores nos vestiários e dá plenos poderes à Assessoria de Imprensa da Federação e à emissora detentora dos direitos de transmissão para escolher quem entrevistar, quando e como, o que vai provocar total prejuízo às edições esportivas de jornais e às coberturas das rádios e outras TVs". "Não é admissível que apenas uma emissora, embora tenha investido na competição, fique com o monopólio de um espaço público como as arenas esportivas de Minas Gerais", protestam os jornalista do estado.
Leia na íntegra a nota de repúdio à Federação Mineira de Futebol (FMF):
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) considera as normas anunciadas pela Federação Mineira de Futebol (FMF) para a cobertura nas arenas esportivas do Estado um abuso de poder e o cerceamento do direito ao trabalho dos profissionais de imprensa que não pertencem à emissora detentora dos direitos de transmissão dos campeonatos Mineiro e Brasileiro, a Rede Globo. A organização limita o trabalho dos demais jornalistas à Tribuna de Imprensa, impede o acesso livre ao gramado, proíbe o contato com os jogadores nos vestiários e dá plenos poderes à Assessoria de Imprensa da Federação e à emissora detentora dos direitos de transmissão para escolher quem entrevistar, quando e como, o que vai provocar total prejuízo às edições esportivas de jornais e às coberturas das rádios e outras TVs. Tal despropósito vilipendia leitores, ouvintes e telespectadores dos demais veículos de comunicação.
As regras, que contêm todo o tipo de infâmia, obrigam emissoras de rádio a informar a frequência de seus microfones, para não macular a cobertura ao vivo da rede televisiva. Essas normas são um desrespeito à natureza plural das transmissões e das reportagens esportivas, pois se destinam a beneficiar apenas um veículo de comunicação em detrimento da qualidade do jornalismo.
O SJPMG, que sempre se posicionou quando houve tentativa de cercear o trabalho dos jornalistas, sai, mais uma vez, em defesa do direito ao trabalho e da diversidade da informação. O Sindicato vai tomar as medidas cabíveis para garantir a todos os profissionais da imprensa o direito de trabalhar livremente nas arenas esportivas de Minas Gerais. A entidade vai organizar e mobilizar os profissionais que estão sendo prejudicados com a execração e o confinamento, além de acionar todas instâncias envolvidas na questão. Agindo assim, sai em defesa da pluralidade no jornalismo esportivo, garantindo tratamento igual ao trabalhador jornalista, independentemente de seu veículo de atuação. O SJPMG não compactua com esse desrespeito à informação de qualidade e levanta preocupação quanto ao que poderá vir durante a realização da Copa do Mundo em Belo Horizonte.
Não é admissível que apenas uma emissora, embora tenha investido na competição, fique com o monopólio de um espaço público como as arenas esportivas de Minas Gerais, reconstruídas ou reformadas com verbas municipais, estaduais ou federais e nas quais historicamente foram respeitados os espaços dos mais afortunados e dos menos aquinhoados veículos de comunicação.
Por tudo isso, a FMF mostrou-se autoritária, ditatorial, e seu ato fere de morte o direito ao trabalho e à informação. A decisão da entidade beira à censura e, ao mesmo tempo, submete ao abuso do poder econômico jornalistas esportivos dos demais veículos de comunicação do Estado.
E, por assim entender, o SJPMG vem a público manifestar seu repúdio a esse rol de absurdos e declarar seu integral apoio aos profissionais das coberturas esportivas no estado.
Belo Horizonte, 1º de fevereiro de 2012
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
FONTE: SINDICATO DE JORNALISTAS DE MINAS GERAIS.
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