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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Campeões da Bola completam 30 anos de existência

"Campeões da Bola completam 30 anos de existência

A equipe esportiva de todos os esportes segue irradiando emoção pelas ondas do rádio

Há exatos 30 anos, no dia 22 de fevereiro de 1985, ocorria a cerimônia de apresentação da nova equipe esportiva da cidade: “Os Campeões da Bola”. Um jantar festivo no Restaurante Terraço, no Terminal Rodoviário, oficializou a instituição de um timaço de cronistas do radio esportivo. Sob o comando de José Roberto Fernandes, integrantes de peso compuseram o conjunto: Wilson Silveira Luiz, Adilson Telarolli, Tadeu Alves, Sidney Schiavon, Jair Motuca, Osnei Montanari, Geraldo Marchese, além de dois narradores de reputação nacional: Luiz César, na época integrante da Rádio Globo de São Paulo, e hoje conhecido como Luiz Carlos Fabrini, narrador da Rede Vida de Televisão e Marco Antônio Matos (ex- Globo de São Paulo) e criador do jargão Tá lá dentro! Na trajetória de sucesso do quadro de cronistas estiveram em ação: Wagner Bellini, Carlos Alberto Baldassari, Ailton Cazuza, José Conde Sobrinho, Chico de Assis, Fogueira, Giovani Peroni, Gilson Dias, Marcos Chiocchini, Vaguinho Fiorini, Zequinha Abelizário, entre outros, com passagens rápidas pelo plantel do rádio, mas não menos importantes.

Estreia de gala 
Já no dia 24 começaram as narrações. A transmissão inaugural primou pelo ineditismo, pois os ‘craques da crônica’ irradiaram três eventos em lugares distintos. Foi um feito inesquecível, visto que naquele distante domingo de 85, a jornada teve Wilson Luiz narrando o duelo de futsal entre Grêmio Nestlé e Clube 22 de Agosto, no Ginásio Vicente Michetti, com comentários de Adilson Telarolli, reportagens de Tadeu Alves e plantão esportivo de Geraldo Marchese. Durante à tarde, José Roberto Fernandes esteve na capital transmitindo um jogo amistoso do Palmeiras e, ao mesmo tempo, a Ferroviária enfrentava o Rio Branco de Americana na Fonte Luminosa. Quem esteve no microfone, focalizando a atuação da AFE foi Luiz Carlos Fabrini. Vale lembrar que a mascote da equipe segue sendo o mesmo: o simpático bonequinho esportista, que foi idealizado pelo competente publicitário araraquarense Lineu Carlos de Assis.

Campanha primorosa nas ondas do rádio 
O Paulista de 1985 foi o primeiro certame veiculado pela equipe. Vale frisar que os Campeões da Bola começaram com o pé direito, pois com uma memorável campanha, a Ferroviária conseguiu chegar às semifinais contra a Portuguesa. Mesmo não chegando à decisão, foi um dos momentos marcantes nos 64 anos de fundação do clube. A trupe de Zé Roberto cobriu o Estadual, levando a informação e a emoção para os ouvintes. Mesmo estando, ora na Rádio Morada do Sol, ora na Cultura, estações que atualmente fazem parte do mesmo grupo, o ‘esquadrão do rádio’ jamais cessou as atividades.

Juntos, na alegria e na tristeza 
Os Campeões da Bola acompanharam de perto o início da decadência afeana. Antes disso, no Paulistão de 1993, não perderam nenhum detalhe do bom desempenho da AFE no Estadual da 1ª Divisão. Na ocasião, a Ferroviária chegou ao octogonal final da competição. Depois de livrar-se do descenso nas últimas rodadas em 94 e 95, no ano seguinte veio o fatídico rebaixamento. Os integrantes da equipe registraram os capítulos tristes desse episódio. Lado a lado com a AFE nos bons momentos, os ‘Campeões’ não saíram de cena nos tempos das vacas magras. Apesar das quedas seguidas da Locomotiva, a equipe não descarrilou. Aliás, esta é principal marca do conjunto do rádio, que permaneceu com o time, mesmo nos dois anos em que o time disputou a Série B1 (2001 e 2004). Assim como a Ferroviária, eles permaneceram em campo. Mesmo com problemas de telefonia, narrações pelo celular e descrédito da torcida, intrépidos, eles continuaram.

Tradição no radio esportivo de Araraquara 
De 1985 a 1990, os Campeões da Bola ficaram na Rádio Morada do Sol e nos anos 90, retornaram à Cultura. Em 2000, José Roberto Fernandes e sua ‘turma’ voltam para a antiga casa. Foi nessa temporada que o narrador desfalcou o rádio por oito meses, após um acidente de trânsito, que culminou com uma cirurgia na perna. Tratou-se de um período complicado para Fernandes, que precisava granjear narradores para as transmissões. O aspecto positivo e humano do episódio foi a conduta de alguns amigos e torcedores da AFE, quando ainda em recuperação, engessado e na cadeira de rodas, o narrador era trazido à Fonte e carregado até as cabines para irradiar os jogos, ocasionando a emoção do cronista e a euforia da torcida. Em 2011, num ano de experiências, que fortaleceu a equipe, os Campeões da Bola estiveram uma temporada na rádio comunitária Brasil FM. Já em 2012, o conjunto regressou à Cultura, onde estão até hoje. Atualmente a equipe é formada por José Roberto Fernandes na locução, Zequinha Belizário nos comentários, Marcos Chiocchini, que desde 2001, como repórter compõe o quadro, e Vaguinho Fiorini no plantão esportivo. Pode ser uma equipe pequena, comparada a outros tempos, mas eles seguem com a missão de informar, levando conteúdo e emoção aos esportistas, o que deixa orgulhoso José Roberto Fernandes. Protagonista da equipe foi Wagner Bellini. Durante muitos anos o cronista atuou como repórter, partindo posteriormente para o plantão esportivo, onde ficou até o seu falecimento em 2009. A partida do ‘Legal’ entristeceu profundamente o amigo Zé Roberto, deixando consternada a legião de fãs dos Campeões da Bola. A parceria entre Fernandes e Bellini perdurou por muitos anos. Como homenagem ao ‘irmão’, como Zé o chamava, a central informativa dos Campeões da Bola ganhou o seu nome.

Outros esportes 
A Ferroviária sempre foi o carro chefe das transmissões. Mas a cidade não possui tradição apenas no futebol. Zé Roberto sempre faz questão de ressaltar que os Campeões da Bola é a equipe de todos os esportes. As demais modalidades e o segmento amador nutrem grande gratidão pela equipe, que além de cobrir a AFE, mesmo após o descenso, também abriu espaço na década de 90, para o vôlei masculino. O time firmou-se no Campeonato Paulista, inclusive na Superliga. Por ser a primeira equipe de rádio do Brasil a irradiar indistintamente a competição nacional, os Campeões da Bola virou notícia no destacado jornal o “Lance!”, em virtude do pioneirismo.Atuando até o ano de 2010, o Lupo Náutico chegou a ser considerados o terceiro melhor time do Brasil, tendo disputado 13 Superligas. Os Campeões da Bola estavam lá. Zé Roberto e equipe proporcionaram aos ouvintes o privilégio de acompanhar o período áureo do basquete masculino da Uniara, que parava a cidade. Na segunda metade da década de 90 o quadro local já era destaque no cenário paulista. Os Campeões da Bola também marcaram presença, cobrindo, entre várias competições, o vice-campeonato paulista de 2001 e o vice-campeonato brasileiro de 2002. Sempre inovando, a trupe do rádio já fez algumas transmissões na Fonte Luminosa de jogos da vitoriosa equipe de futebol feminino da Ferroviária/Fundesport, mostrando sua tradição em cobrir os feitos históricos do esporte na cidade.

Marcas registradas 
Marca também conhecida pela sonoridade são as trilhas sonoras, vinhetas e jargões da equipe. O grito de “Ferroviária!”, o “bota a bola para rolar” e, principalmente, as aberturas e encerramentos das jornadas são marcantes. No início, é disparado o “hoje é dia de jogo”, que termina com a letra “vai firme meu time, bonito, vai fundo, que neste segundo eu grito gooooool!”. Logo depois, e também ao término da transmissão, é hora da trilha instrumental, trazida da Inglaterra por um amigo de José Roberto. E, quando o narrador se despede na cabine do estádio, com o tradicional “vamos embora!”, entra a música de Jornada das Estrelas: Nova Geração (o narrador é fã de ficção científica). “Que Deus nos proteja, nos oriente e nos dê a paz”; ‘Fim de jogo, fim de papo, fim de papo, fim de jogo’, levam ao delírio os amantes do esporte e os fãs dos Campeões da Bola.

Zé Roberto completa 53 anos de rádio
Em março, José Roberto Fernandes, aos 72 anos, completa, 53 anos de trajetória no rádio, 40 deles em Araraquara. Iniciou a carreira no serviço de alto-falantes na praça da igreja matriz de Colina (SP), sua cidade natal. Na época era comum tal modelo de prestação de serviços e músicas. Comandava também um programa esportivo, que falava das coisas do Colina Atlético, clube amador da região. A experiência auxiliou o radialista a superar 234 candidatos na disputa por uma vaga na Rádio Barretos, tradicional emissora do interior paulista. A concorrência para a vaga nos faz compreender o porquê do rádio ser o grande veículo de comunicação do período, quando a televisão não possuía o apelo de hoje. Zé Roberto passou pelo teste. Posteriormente rumou para Uberlândia, onde trabalhou por dois anos, antes de retornar a Barretos, totalizando 11 anos no rádio local.

Estação Araraquara 
Em julho de 1975, o narrador chegou a Araraquara para trabalhar na Rádio Morada do Sol, oportunidade em que cobriu o Campeonato Sul-Americano de Basquete. Antonio Carlos Araújo, gerente da rádio na ocasião, foi o responsável por trazer o radialista para a cidade, onde acabaria se tornando um dos baluartes do rádio esportivo do interior paulista. Muito tempo depois, em agosto de 2013, Araraquara ficou apreensiva com a notícia de que o cronista sofrera um infarto, estando entre a vida e a morte. Estarrecidos e preocupados, os torcedores da Ferroviária e amantes do esporte, fizeram uma corrente de oração, que colaborou, para que Fernandes superasse sua principal adversidade no jogo da vida. É impossível não relacionar Zé Roberto à Ferroviária, clube que ele adotou como seu time do coração. O ‘Cidadão araraquarense’, Zé Roberto já pensa na aposentadoria. Na iminência de deixar o posto de narrador titular, ele não esconde o sonho de narrar o regresso da Ferroviária à Série A1, divisão que o clube não disputa há 19 anos, para depois seguir no rádio em outras funções. A campanha do time no início de 2015 dá alento para que seu desejo, que é o de toda coletividade grená torne-se realidade. Seria um prêmio para o locutor irradiar uma participação da AFE na elite do futebol paulista. Invariavelmente o narrador destaca os amigos excepcionais que teve em sua jornada, dizendo que sempre teve muita vontade de aprender, e a felicidade de ter professores abertos a ensinar. A cidade de Araraquara festeja os 30 anos dos Campeões da Bola, bem como os 53 anos de profissionalismo e dedicação do narrador ao rádio, veículo que mexe com o imaginário dos ouvintes.

Legenda da Foto: Festa de apresentação dos Campeões da Bola, no Restaurante Terraço, em 1985: José Roberto Fernandes, Osnei Montanari, Luis Carlos Fabrini, Adilson Telarolli, Jair Motuca, Wilson Silveira Luiz, Paschoal da Rocha, Geraldo Marchesi e Tadeu Alves."

ESCRITO POR ALESSANDRO BOCCHI

A equipe esportiva de todos os esportes segue irradiando emoção pelas ondas do rádio
Há exatos 30 anos, no dia 22 de fevereiro de 1985, ocorria a cerimônia de apresentação da nova equipe esportiva da cidade: “Os Campeões da Bola”. Um jantar festivo no Restaurante Terraço, no Terminal Rodoviário, oficializou a instituição de um timaço de cronistas do radio esportivo. Sob o comando de José Roberto Fernandes, integrantes de peso compuseram o conjunto: Wilson Silveira Luiz, Adilson Telarolli, Tadeu Alves, Sidney Schiavon, Jair Motuca, Osnei Montanari, Geraldo Marchese, além de dois narradores de reputação nacional: Luiz César, na época integrante da Rádio Globo de São Paulo, e hoje conhecido como Luiz Carlos Fabrini, narrador da Rede Vida de Televisão e Marco Antônio Matos (ex- Globo de São Paulo) e criador do jargão Tá lá dentro! Na trajetória de sucesso do quadro de cronistas estiveram em ação: Wagner Bellini, Carlos Alberto Baldassari, Ailton Cazuza, José Conde Sobrinho, Chico de Assis, Fogueira, Giovani Peroni, Gilson Dias, Marcos Chiocchini, Vaguinho Fiorini, Zequinha Abelizário, entre outros, com passagens rápidas pelo plantel do rádio, mas não menos importantes.
Estreia de gala 

Já no dia 24 começaram as narrações. A transmissão inaugural primou pelo ineditismo, pois os ‘craques da crônica’ irradiaram três eventos em lugares distintos. Foi um feito inesquecível, visto que naquele distante domingo de 85, a jornada teve Wilson Luiz narrando o duelo de futsal entre Grêmio Nestlé e Clube 22 de Agosto, no Ginásio Vicente Michetti, com comentários de Adilson Telarolli, reportagens de Tadeu Alves e plantão esportivo de Geraldo Marchese. Durante à tarde, José Roberto Fernandes esteve na capital transmitindo um jogo amistoso do Palmeiras e, ao mesmo tempo, a Ferroviária enfrentava o Rio Branco de Americana na Fonte Luminosa. Quem esteve no microfone, focalizando a atuação da AFE foi Luiz Carlos Fabrini. Vale lembrar que a mascote da equipe segue sendo o mesmo: o simpático bonequinho esportista, que foi idealizado pelo competente publicitário araraquarense Lineu Carlos de Assis.

Campanha primorosa nas ondas do rádio
O Paulista de 1985 foi o primeiro certame veiculado pela equipe. Vale frisar que os Campeões da Bola começaram com o pé direito, pois com uma memorável campanha, a Ferroviária conseguiu chegar às semifinais contra a Portuguesa. Mesmo não chegando à decisão, foi um dos momentos marcantes nos 64 anos de fundação do clube. A trupe de Zé Roberto cobriu o Estadual, levando a informação e a emoção para os ouvintes. Mesmo estando, ora na Rádio Morada do Sol, ora na Cultura, estações que atualmente fazem parte do mesmo grupo, o ‘esquadrão do rádio’ jamais cessou as atividades.
Juntos, na alegria e na tristeza
Os Campeões da Bola acompanharam de perto o início da decadência afeana. Antes disso, no Paulistão de 1993, não perderam nenhum detalhe do bom desempenho da AFE no Estadual da 1ª Divisão. Na ocasião, a Ferroviária chegou ao octogonal final da competição. Depois de livrar-se do descenso nas últimas rodadas em 94 e 95, no ano seguinte veio o fatídico rebaixamento. Os integrantes da equipe registraram os capítulos tristes desse episódio. Lado a lado com a AFE nos bons momentos, os ‘Campeões’ não saíram de cena nos tempos das vacas magras. Apesar das quedas seguidas da Locomotiva, a equipe não descarrilou. Aliás, esta é principal marca do conjunto do rádio, que permaneceu com o time, mesmo nos dois anos em que o time disputou a Série B1 (2001 e 2004). Assim como a Ferroviária, eles permaneceram em campo. Mesmo com problemas de telefonia, narrações pelo celular e descrédito da torcida, intrépidos, eles continuaram.
Tradição no radio esportivo de Araraquara 
De 1985 a 1990, os Campeões da Bola ficaram na Rádio Morada do Sol e nos anos 90, retornaram à Cultura. Em 2000, José Roberto Fernandes e sua ‘turma’ voltam para a antiga casa. Foi nessa temporada que o narrador desfalcou o rádio por oito meses, após um acidente de trânsito, que culminou com uma cirurgia na perna. Tratou-se de um período complicado para Fernandes, que precisava granjear narradores para as transmissões.

O aspecto positivo e humano do episódio foi a conduta de alguns amigos e torcedores da AFE, quando ainda em recuperação, engessado e na cadeira de rodas, o narrador era trazido à Fonte e carregado até as cabines para irradiar os jogos, ocasionando a emoção do cronista e a euforia da torcida. Em 2011, num ano de experiências, que fortaleceu a equipe, os Campeões da Bola estiveram uma temporada na rádio comunitária Brasil FM. Já em 2012, o conjunto regressou à Cultura, onde estão até hoje. Atualmente a equipe é formada por José Roberto Fernandes na locução, Zequinha Belizário nos comentários, Marcos Chiocchini, que desde 2001, como repórter compõe o quadro, e Vaguinho Fiorini no plantão esportivo. 

Pode ser uma equipe pequena, comparada a outros tempos, mas eles seguem com a missão de informar, levando conteúdo e emoção aos esportistas, o que deixa orgulhoso José Roberto Fernandes. Protagonista da equipe foi Wagner Bellini. Durante muitos anos o cronista atuou como repórter, partindo posteriormente para o plantão esportivo, onde ficou até o seu falecimento em 2009. A partida do ‘Legal’ entristeceu profundamente o amigo Zé Roberto, deixando consternada a legião de fãs dos Campeões da Bola. A parceria entre Fernandes e Bellini perdurou por muitos anos. Como homenagem ao ‘irmão’, como Zé o chamava, a central informativa dos Campeões da Bola ganhou o seu nome.
Outros esportes 

A Ferroviária sempre foi o carro chefe das transmissões. Mas a cidade não possui tradição apenas no futebol. Zé Roberto sempre faz questão de ressaltar que os Campeões da Bola é a equipe de todos os esportes. As demais modalidades e o segmento amador nutrem grande gratidão pela equipe, que além de cobrir a AFE, mesmo após o descenso, também abriu espaço na década de 90, para o vôlei masculino. O time firmou-se no Campeonato Paulista, inclusive na Superliga. Por ser a primeira equipe de rádio do Brasil a irradiar indistintamente a competição nacional, os Campeões da Bola virou notícia no destacado jornal o “Lance!”, em virtude do pioneirismo.Atuando até o ano de 2010, o Lupo Náutico chegou a ser considerados o terceiro melhor time do Brasil, tendo disputado 13 Superligas. Os Campeões da Bola estavam lá. Zé Roberto e equipe proporcionaram aos ouvintes o privilégio de acompanhar o período áureo do basquete masculino da Uniara, que parava a cidade. Na segunda metade da década de 90 o quadro local já era destaque no cenário paulista. Os Campeões da Bola também marcaram presença, cobrindo, entre várias competições, o vice-campeonato paulista de 2001 e o vice-campeonato brasileiro de 2002. Sempre inovando, a trupe do rádio já fez algumas transmissões na Fonte Luminosa de jogos da vitoriosa equipe de futebol feminino da Ferroviária/Fundesport, mostrando sua tradição em cobrir os feitos históricos do esporte na cidade.
Marcas registradas
Marca também conhecida pela sonoridade são as trilhas sonoras, vinhetas e jargões da equipe. O grito de “Ferroviária!”, o “bota a bola para rolar” e, principalmente, as aberturas e encerramentos das jornadas são marcantes. No início, é disparado o “hoje é dia de jogo”, que termina com a letra “vai firme meu time, bonito, vai fundo, que neste segundo eu grito gooooool!”. Logo depois, e também ao término da transmissão, é hora da trilha instrumental, trazida da Inglaterra por um amigo de José Roberto. E, quando o narrador se despede na cabine do estádio, com o tradicional “vamos embora!”, entra a música de Jornada das Estrelas: Nova Geração (o narrador é fã de ficção científica). “Que Deus nos proteja, nos oriente e nos dê a paz”; ‘Fim de jogo, fim de papo, fim de papo, fim de jogo’, levam ao delírio os amantes do esporte e os fãs dos Campeões da Bola.
Zé Roberto completa 53 anos de rádio
Em março, José Roberto Fernandes, aos 72 anos, completa, 53 anos de trajetória no rádio, 40 deles em Araraquara. Iniciou a carreira no serviço de alto-falantes na praça da igreja matriz de Colina (SP), sua cidade natal. Na época era comum tal modelo de prestação de serviços e músicas. Comandava também um programa esportivo, que falava das coisas do Colina Atlético, clube amador da região. A experiência auxiliou o radialista a superar 234 candidatos na disputa por uma vaga na Rádio Barretos, tradicional emissora do interior paulista. A concorrência para a vaga nos faz compreender o porquê do rádio ser o grande veículo de comunicação do período, quando a televisão não possuía o apelo de hoje. Zé Roberto passou pelo teste. Posteriormente rumou para Uberlândia, onde trabalhou por dois anos, antes de retornar a Barretos, totalizando 11 anos no rádio local.
Estação Araraquara
Em julho de 1975, o narrador chegou a Araraquara para trabalhar na Rádio Morada do Sol, oportunidade em que cobriu o Campeonato Sul-Americano de Basquete. Antonio Carlos Araújo, gerente da rádio na ocasião, foi o responsável por trazer o radialista para a cidade, onde acabaria se tornando um dos baluartes do rádio esportivo do interior paulista. Muito tempo depois, em agosto de 2013, Araraquara ficou apreensiva com a notícia de que o cronista sofrera um infarto, estando entre a vida e a morte. Estarrecidos e preocupados, os torcedores da Ferroviária e amantes do esporte, fizeram uma corrente de oração, que colaborou, para que Fernandes superasse sua principal adversidade no jogo da vida. 

É impossível não relacionar Zé Roberto à Ferroviária, clube que ele adotou como seu time do coração. O ‘Cidadão araraquarense’, Zé Roberto já pensa na aposentadoria. Na iminência de deixar o posto de narrador titular, ele não esconde o sonho de narrar o regresso da Ferroviária à Série A1, divisão que o clube não disputa há 19 anos, para depois seguir no rádio em outras funções. A campanha do time no início de 2015 dá alento para que seu desejo, que é o de toda coletividade grená torne-se realidade. Seria um prêmio para o locutor irradiar uma participação da AFE na elite do futebol paulista. 

Invariavelmente o narrador destaca os amigos excepcionais que teve em sua jornada, dizendo que sempre teve muita vontade de aprender, e a felicidade de ter professores abertos a ensinar. A cidade de Araraquara festeja os 30 anos dos Campeões da Bola, bem como os 53 anos de profissionalismo e dedicação do narrador ao rádio, veículo que mexe com o imaginário dos ouvintes.
Legenda da Foto: Festa de apresentação dos Campeões da Bola, no Restaurante Terraço, em 1985: José Roberto Fernandes, Osnei Montanari, Luis Carlos Fabrini, Adilson Telarolli, Jair Motuca, Wilson Silveira Luiz, Paschoal da Rocha, Geraldo Marchesi e Tadeu Alves.