A Fifa, que não estava disposta a gastar nem um centavo com a
infraestrutura de telecom para a realização da Copa do Mundo e da Copa
das Confederações no Brasil, vai remunerar a Telebras com parte da
receita auferida com a comercialização da transmissão dos jogos.
O governo brasileiro e a entidade assinaram na última segundo, 28, um
memorando de entendimento que coloca fim às intensas negociações sobre a
responsabilidade de cada parte. Segundo Cesar Alvarez, secretário
executivo do Minicom, a questão foi resolvida quando se parou de pensar
em infraestrutura versus serviço. O governo brasileiro insistia na ideia
de que a sua responsabilidade (assumida através da Garantia número 11
dada à Fifa) era pela infraestrutura, enquanto que a parte de serviço
deveria ser contratada pela entidade organizadora da Copa.
O caminho encontrado para se chegar ao acordo foi dividir aquilo que
ficará como legado para o País daquilo que será usado exclusivamente nos
jogos. E aí, há quem diga que o governo teve até alguma vantagem. Pelo
memorando de entendimento, a Fifa ficou responsável pela contratação e
implementação de uma plataforma de Adaptação de Vídeo (VandA) e a
Telebras terá uma participação na receita com a transmissão dos jogos.
Segundo o secretário-executivo, essa é a tecnologia que permite que
as imagens em HD captadas dos jogos seja comprimida e transportada por
redes de telecom. A Telebras, inclusive, já havia lançado em setembro do
ano passado uma consulta pública do termo de referência para a
contratação dessa plataforma, que, segundo apurou este noticiário, será
cancelada. Segundo Cesar Alvarez, há “duas ou três” empresas no mundo
que detém essa tecnologia que custa cerca de R$ 50 milhões.
Com o entendimento firmado, não apenas será a Fifa quem vai contratar
essa estrutura de transmissão de vídeo como a Telebrás terá direito a
50% da receita das transmissões daquilo que for contratado pas emissoras
de TV posteriormente. Cesar Alvez explica que as emissoras do mundo
inteiro contratam da Fifa um pacote das transmissões, que varia de
acordo com a expectativa de sucesso do seu país de origem nos jogos. A
emissora de um país de pouca expressão no futebol dificilmente vai
contratar a transmissão das semi-finais e da final, por exemplo.
Acontece que, conforme os jogos vão acontecendo e as seleções vão
avançando no campeonato, as emissoras solicitam a transmissão dos jogos
de um determinado estádio, por exemplo. A Telebras terá direito a 50%
dessa receita adicional. Segundo Alvarez, na África do Sul essa receita
adicional foi de R$ 9 milhões a R$ 12 milhões.
Outro custo que seria da Telebras e ficou com a Fifa foi o dos links
de backup por satélite. Mais uma vez a Telebras chegou a lançar a
consulta pública do termo de referência para contratar a solução.
Segundo Alvarez, há um ano foi feito um levantamento “a preço de
balcão”, e essa contratação sairia por cerca de R$ 1 milhão.
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