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segunda-feira, 9 de março de 2020

Entrar no jogo do mundo digital é fundamental para as rádios brasileiras

Jany Lima, diretora artística da Rádio Maringá FM – Grupo Maringá de Comunicação – afirma que as iniciativas das emissoras de rádio no mundo digital são necessárias porque são vitais para ampliar o poder de alcance da programação, ou seja, do conteúdo, e para fortalecer o comercial






Jany Lima, presidente da APP Maringá, e uma das mais reconhecidas personalidades do Rádio no estado do Paraná é uma das primeiras profissionais a ter suas reportagens e programas no Youtube. Começou, em 2006, quando esteve à frente do Credencial, criado e apresentado por ela na TV da Rede Massa. O programa totalmente dedicado aos jovens também era exibido na plataforma de vídeos, que ainda não era muito conhecida (fora criada um ano antes) e possuía poucos usuários no Brasil.
“É hora do digital para as emissoras de rádio. Temos que fazer e não apenas ficar observando o crescimento do digital do mercado dos Estados Unidos”, afirma a jornalista e radialista Jany Lima, diretora artística da Rádio Maringá FM – Grupo Maringá de Comunicação – e presidente da APP Maringá, a associação dos profissionais de propaganda.

Jany  ficou tão animada com os resultados que logo conduziu outras iniciativas, como a criação de uma página no Twitter (nascido naquele mesmo ano) para se comunicar com os telespectadores. “O que eu fazia não estava alinhado com as estratégias da emissora, e era por iniciativa própria. Os meios de comunicação não davam atenção às possibilidades que internet proporciona”
Radialista desde menina, aos 12 anos de idade, Jany Lima tem 20 anos de estrada profissional. Começou bem cedo, aos 12 anos (!) quando foi convidada pelo diretor da emissora que acabara de ser inaugurada em sua cidade natal, – Paragominas, no interior do Pará, em uma excursão da sua escola no Ensino Fundamental.  Fazia teatro na escola e naquela visita com os colegas de classe ela foi escolhida para ler uma homenagem ao Dia do Rádio. “O diretor da rádio disse que eles estavam procurando uma criança para fazer um programa infantil. Eu vibrei com a possibilidade porque já amava o rádio, e minha avó concordou. Hoje estou aqui, vivendo meu sonho: falar dentro daquela caixinha em que, quando criança eu ouvia a Rádio Nacional da Amazônia, junto com minha avó, em uma pequena cidade onde as opções culturais eram quase zero. Foi o rádio que me apresentou perspectivas e possibilidades!”, lembra.
O WhatsApp ainda não existia (foi lançado em maio de 2009), então era o Microsoft Messenger a plataforma usada para conversar com a audiência. “Eram mais de 2 mil, 3 mil pessoas que entravam para conversar com a gente. E dali saiam muitas ideias de pauta e informação que usávamos na produção do programa.  Hoje, com o Whatsapp e messenger do Facebook, as emissoras tem um universo de informação vindo da nossa fonte principal, os ouvintes. Temos que ler, responder e aproveitar essas comunicação rápida, porque o rádio é o mais instantâneo meio de comunicação.”
Desconfiança quebrada, o futuro é digital
O começo no mundo digital na televisão reforçou em Jany Lima a certeza de que é necessário buscar novas experiências. Quando ela chegou à Rádio Maringá FM em 2014, ela percebeu que a emissora poderia fazer muita coisa baseada nas suas experiências digitais na TV. A emissora tinha uma página muito simples na Web. “Quando não nos sentimos confortável com a inovação e não temos uma estratégia, é normal não saber o que fazer. Os radiodifusores passaram muito tempo vendo a Internet como concorrente, mas, felizmente, essa visão mudou muito, tanto que no último congresso da AERP – associação dos donos das rádios do Paraná, 90% da programação era sobre como incluir o digital na estratégia das emissoras. Eu fiquei muito feliz com isso”.
Para a radialista, as iniciativas das emissoras de rádio no mundo digital são necessárias porque são vitais para ampliar o poder de alcance da programação, ou seja, do conteúdo, e para fortalecer o comercial,enfatiza. “Não podemos apenas ficar olhando o crescimento do digital nas rádios nos Estados Unidos, o maior mercado do mundo. Temos que nos movimentar. Se a gente ficar apenas acompanhando de longe, as coisas não acontecerão aqui no Brasil”, decreta ela.
A virada digital da sua emissora, segundo Jany Lima, acontece em 2016, quando ela conseguiu a aprovação de um orçamento que permitisse montar um núcleo com profissionais capacitados e criativos para cuidar de toda a estratégia e executar os planos de ação no digital, com a produção de conteúdo.  “Foi um desafio que valeu a pena ser enfrentado e agora podemos acompanhar o futuro do rádio”. Os números são animadores: a presença digital da Maringá FM bateu 5 milhões de alcance/mensal com 25% de engajamento (interação digital). São números que comprovam que ela estava certa quando resolveu publicar seus vídeos na Internet. Hoje a Maringá FM tem presença no Youtube, Instagram, Twitter e Facebook. “A nossa produção de conteúdo tem que respeitar o perfil dos usuários de cada rede social, então dá bastante trabalho”, afirma.
Podcast
O podcast também faz parte da estratégia digital da Maringá FM. No ano passado Jany Lima começou a montar a estrutura necessária para a produção de conteúdo nesta modalidade e, agora em 2020, a produção e veiculação está sendo diária. “Isso abriu uma nova janela comercial para a emissora”, sinaliza.
Militância em favor do rádio

Jany Lima tem participado de muitas iniciativas em favor do rádio, e militância em entidades representativas não ficou de fora. Em 2020 ela assumiu duas novas posições de destaque: a presidência da Associação dos Profissionais de Propaganda de Maringá – APP Maringá, e a diretoria de Comunicação da ABRAPE – Associação Brasileira dos Promotores de Eventos.